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Ásia: viajando grávida pela Tailândia, Myanmar e Camboja

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Quem nos acompanha em nossas aventuras deve ter percebido que ficamos um tempo parado. Para ser mais sincera, a melhor forma de falar é mesmo desatualizados. Como eu não cheguei a escrever um post exatamente sobre isso, chegou o momento de colocar todas as mudanças na mesa.

Quem acompanhou nossa viagem a Ásia pelo instagram, no ano passado descobriu que o meu grande sonho de viagem pré-baby se tornou uma babymoon. E uma babymoon com emoção porque nós já começamos viajando quando as companhias aéreas te pedem atestado médico liberando a viagem, ou seja, no último trimestre de gestação.

Mas vamos por partes para que a minha experiência possa ajudar o maior número possível de futuras mamães a não deixarem de realizar seus sonhos.

Como a viagem pré-baby virou uma babymoon?
Lembro como se fosse hoje de uma notificação do site Melhores Destinos em 2013. Eles informavam sobre passagens para Bangkok por um preço imperdível. Naquela época, eu nunca tinha cogitado ir a Ásia, parecia algo muito distante pra mim.

Mas foi naquele momento que eu comecei a pesquisar sobre a Ásia e ela se tornou uma ideia fixa, principalmente, depois de descobri o Festival de Luzes de Chiang Mai também conhecido como Yee Peng ou Loy Krathong.

Como eu cismei que queria participar do Festival de Luzes, nossa viagem teria que ser em Novembro, que é quando o festival ocorre. Não conseguimos ir em 2014 e nem em 2015. Então, logo no inicio de 2016, em março, saiu uma promoção da Etihad para Bangkok.

Naquela época, o Bruno e eu já conversávamos sobre ter um filho e eu sabia que queria ir a Tailândia como minha viagem pré-baby. Então, aproveitamos a promoção e brincávamos que iríamos voltar de lá grávidos.

Mas a vida não é tão previsível assim, não é mesmo?

Com 29 semanas de gestação em Bagan, Myanmar.

Com 29 semanas de gestação em Bagan, Myanmar.

Em maio de 2016 descobri que já estávamos grávidos. Depois da surpresa, do susto e de ficarmos felizes lembramos da viagem. Fizemos as contas e… no dia do embarque eu estaria entrando na 28 semana de gestação. Exatamente quando as companhias aéreas pedem atestado médico para viajar. E estaríamos voltando com 33 semanas, quase na data que as companhias não aceitam mais gestantes.

Como vocês podem imaginar, ficamos algum tempo indecisos entre manter a viagem ou cancelá-la.

Não foi uma decisão fácil! Ah, esqueci de dizer que entre comprar a passagem e descobrir a gravidez também já tínhamos comprado os ingressos pro Festival de Luzes, que não é exatamente barato e nós perderíamos grande parte do valor pago e praticamente todo o valor das passagens aéreas já taxa de cancelamento era quase o preço promocional delas.

Voltando a decisão difícil… Tivemos que pesar o meu grande sonho de participar do Festival de Luzes, o fato de que estaríamos no 3 trimestre de gestação e que a viagem poderia ser mais desconfortante do que agradável, afinal, estávamos indo para Ásia não para um resort de luxo.

Para batermos o martelo, esperamos a primeira consulta com a obstetra humanizada que fez todo o meu pré-natal, mas acabou não fazendo o meu parto. Aqui vale um parêntese de toda a história do pré-natal. Fui a duas consultas com uma obstetra do plano de saúde que já na primeira consulta me disse que desaconselhava a viagem. Isso com 6 semanas de gestação, sem nenhum grande critério para me dizer porque eu não deveria ir. Seu grande argumento era apenas que se fosse ela teria medo.

A maioria das pessoas acha que se a gestante optar por viajar ela deveria escolher o segundo trimestre porque os enjoos e sono do inicio da gravidez já teriam passado e a gestante estaria mais disposta do que no último trimestre, período em que o peso aumenta e com ele o cansaço.

Depois tive uma consulta com a obstetra humanizada que me disse que deveríamos acompanhar a gestação e se tudo corresse bem não teria porque desaconselhar.

E assim demos meia batida de martelo e continuamos planejando a viagem. Mas como tudo dependeria de como a gravidez evoluísse, confesso, que a viagem a Ásia foi a menos planejada de todas que fizemos até hoje. Quase tudo foi realmente fechado apenas um mês antes de embarcarmos. O que eu me arrependo um pouco, pois pagamos mais caro nos voos internos e hospedagens. Então, fica a dica: na dúvida, reserve logo pelo booking com reservas canceláveis e guarde sua vaga e preço vantajoso.

E assim a nossa viagem pré-baby se tornou a nossa babymoon.

Como foi a experiência de viajar grávida?
Bom, para responder essa pergunta preciso dizer que a minha gravidez foi extremamente tranquila. Não enjoei nenhuma vez, não tive sono excessivo no primeiro trimestre e não tive barriga de grávida até a viagem a Ásia. Também mantive minha rotina de atividades físicas mesmo grávida. Até o 6 mês eu pratiquei musculação e yoga. No 7 viajamos e na volta fiquei apenas com a yoga.

Primeiro dia na Tailândia. Barriga de 28 semanas de gravidez quase inexistente.

Primeiro dia na Tailândia. Barriga de 28 semanas de gravidez quase inexistente.Juro que achei muito engraçado as pessoas perguntando se eu estava grávida assim que cheguei em Myanmar porque no Brasil ninguém nunca tinha me perguntado.

Então, levando esses detalhes em consideração posso dizer que meu corpo aguentou bem as 24 horas de voo que na verdade foram bem mais que isso. Porque nós tivemos que fazer SDU x GRU X AUH (Abu Dhabi) X BKK (Suvarnabh), na ida. Na volta foi ainda pior, porque fizemos o ferry boat de Phi Phi x aeroporto de Krabi x DMK (aeroporto das low losts) x BKK (Suvarnabh) x AUH (Abu Dhabi) x GRU. Para completar esse longo percurso, quando estávamos chegando em Guarulhos não pudemos pousar devido ao mal tempo, então, tivemos que vir ao Galeão para  abastecer, mas ninguém pôde sair da aeronave. Por isso, voltamos ao GRU e só no dia seguinte chegamos no SDU. Só sei que saímos de Phi Phi numa quinta de manhã (horários tailandês) e chegamos no Rio no domingo pela manhã.

Mas você não sentiu nada?
Não, não foi bem assim. Nos primeiros 10 dias de viagem eu realmente não senti nada que uma mulher não grávida sentiria. Senti o calor extremo da Tailândia, senti o Jet leg, mas tudo isso era normal.

Quando chegamos no Camboja, aí eu comecei a achar que não tinha sido uma boa decisão viajar para a Ásia grávida. O que eu não sabia enquanto pensava isso era que o que eu estava sentindo era apenas o meu corpo se preparando para o parto.

No Camboja, a barriga começou a ficar mais evidente com 30 semanas de gestação.

No Camboja, a barriga começou a ficar mais evidente com 30 semanas de gestação.

Quando chegamos no Camboja eu estava entrando na 30 semana. Nessa época, o meu quadril estava começando a alargar para o parto, comecei a sentir pontadas mais embaixo. Lembro que a primeira delas foi em um dos templos de Angkor. Naquele momento, o meu lado racional sabia que era o corpo iniciando seus processos para um parto que ainda ia levar 9 semanas pra acontecer. Só que o meu outro lado, o menos racional, achava que ia parir ali: no Camboja.

Mas o tempo foi passando a viagem foi seguindo o seu planejamento e tudo foi bem. É verdade que eu continuei sentindo as pontadas por todas as semanas seguintes. Também percebi que sentia elas mais fortes quando exagerávamos nas caminhadas, mas tudo ia tão bem que até a trilha do Point View, em Phi Phi, eu fiz.

Últimas semanas de viagem com a barriga aparecendo de verdade.

Últimas semanas de viagem com a barriga aparecendo de verdade.

A partir da minha experiência, de viajar grávida no terceiro trimestre, eu te aconselho a:

  • Independente de ser para a Ásia ou outro lugar, converse com seu obstetra. Acompanhe a sua gravidez. E se ela for de risco habitual e você se sentir segura e confiante, vá aproveitar sua última viagem antes de aumentar a família.
  • Contrate um seguro viaje que cubra gestantes. Vou fazer um post sobre isso, especificamente, mas eu só achei uma operadora que cobria até as 34 semanas. Não precisei acioná-los, mas o seguro morreu de velho.
  • Não vá com um roteiro muito fechado e perceba se precisa descansar um pouco. Confesso que essa foi a parte mais difícil pra mim. Nós somos do tipo que gostamos de aventura e queremos explorar tudo ao máximo e acabei deixando de fazer algumas coisas por causa da gravidez, como voar de Balão em Bagan. Mas eu acho melhor ter umas pendências do que não ter ido.
  • Se seu orçamento der, intercale atividades mais roots, se você assim gostar, com algumas pequenas regalias. O que eu quero dizer aqui: reserve hotéis / pousadas / hostels com piscina. Já pensou se precisar descansar uma tarde, pode aproveitar pra fazê-lo na piscina e não trancada no quarto. Ou feche passeios em carro fechado com ar condicionado. Nós intercalamos os passeios privados em carros com ar com tuk tuks.
  • Por fim, respeite o seu corpo. Acredito que sua babymoon tem que ser prazerosa, respeitar seus limites e vontades e o primeiro passo para isso é prestar atenção ao que o seu corpo pede. Depois disso, basta aproveitar o momento e sentir o quanto você é privilegiada por poder estar vivendo esse momento com um serzinho crescendo dentro de você.

Depois disso tudo, acho que eu não preciso dizer que não me arrependo nenhum segundo de ter feito a viagem dos meus sonhos quando todos diziam para eu cancelá-la. Hoje eu tenho ótimas lembranças daquelas 5 semanas, muitas histórias pra contar e muita vontade de voltar lá com a nossa pequena viajante e mostrar pra ela os locais pelos quais ela passou antes de sair da barriga.

 Que tal seguir a gente no Instagram tem muitas fotos rolando por lá!

Viagem realizada em Novembro de 2016.

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